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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 240-1

240-1

EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE MDR E XDR RECUPERADAS DE HOSPITAIS DO RIO DE JANEIRO E RORAIMA

Autores:
Nathalia Maria Santiago Bighi (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ) ; Fernanda Freitas (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ) ; Ana Carolina Paulo Vicente (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ) ; Erica Lourenço da Fonseca (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ)

Resumo:
A Klebsiella pneumoniae é um patógeno oportunista frequentemente associado a casos de infecção hospitalar. Considerando esta espécie, várias linhagens apresentam uma capacidade aumentada de persistência, juntamente com um perfil de resistência expressivo a antibióticos. A alta taxa de resistência a antibióticos dificulta o tratamento e controle dessas infecções. Este estudo teve como objetivo realizar uma análise de epidemiologia molecular de K. pneumoniae recuperados de hospitais do Rio de Janeiro e Roraima, comparando a diversidade de linhagens nessas duas regiões do Brasil. Neste trabalho foram incluídos 23 isolados de K. pneumoniae recuperados no Rio de janeiro e 15 isolados recuperados em Boa Vista, Roraima. A caracterização fenotípica foi feita através do teste de susceptibilidade a antimicrobianos pelo método de disco de difusão e microdiluição e o resultado foi analisado baseando-se nos critérios de categorização de resistência de Enterobacteriaceae e interpretado de acordo com o EUCAST e CLSI. Para definir a relação genética entre os isolados foram feitas análises de epidemiologia global realizadas através da abordagem de MLST (Multilocus Sequence Typing) utilizando o esquema já estabelecido para K. pneumoniae. Os resultados obtidos demonstraram que, em ambas as regiões, foram encontrados isolados classificados como multirresistentes a drogas (MDR) e extensivamente resistentes a drogas (XDR). A respeito da relação genética entre os isolados, no Rio de Janeiro observou-se uma grande diversidade de STs, incluindo linhagens locais (ST1174, ST914, ST46, ST3368, ST1045 e ST498), linhagens novas e linhagens consideradas pandêmicas (ST15, ST16, ST17, ST327, ST340, ST437). Já em Roraima, 73,3% dos isolados foram classificados como pertencentes a linhagens novas, ou seja, a combinação de diferentes alelos dos genes housekeeping gerou um ST ainda não descrito no banco de dados. No entanto, também foram detectados em Roraima linhagens pandêmicas (ST11, ST15 e 307) e o ST2648 de abrangência local. Além disso, foi observado que a linhagem ST15 de K. pneumoniae foi encontrada tanto no Rio de Janeiro quanto em Roraima, porém com perfis de resistência diferentes. Isso sugere que a presença de elementos genéticos móveis e/ou mutações intrínsecas podem estar contribuindo para a variabilidade genética e perfil de resistência observado nessa linhagem em diferentes regiões. Além disso, vale ressaltar os resultados acerca dos STs novos e de abrangência local que demonstram que estas linhagens também podem ter um impacto clínico relevante, no que tange a emergência de linhagens XDR. Em conclusão, este estudo evidenciou a diversidade de linhagens pandêmicas e linhagens novas de K. pneumoniae nessas duas regiões do Brasil com perfil MDR e XDR. Ressaltando a importância de vigilância epidemiológica constante também de linhagens novas e locais, e não só de STs pandêmicos. Esses achados destacam a importância de monitorar a disseminação e diversidade genética da K. pneumoniae em diferentes regiões do país, a fim de informar estratégias de controle e prevenção de infecções hospitalares associadas a essa bactéria.

Palavras-chave:
 Epidemiologia genética, nfecção hospitalar, Resistência a antibióticos


Agência de fomento:
CNPq, Instituto Oswaldo Cruz e CAPES